Software Livre na geral

28 agosto 2007

Boot via HD em estações LTSP

Recentemente precisei configurar um laboratório de informática de uma faculdade de forma que os clientes LTSP utilizassem o HD local para iniciar o processo de boot via rede e carregar o LTSP. Não é o objetivo deste artigo explicar a instalação e/ou configuração de um servidor LTSP, para isso utilizem outras fontes encontradas na internet, eu recomendo este arquivo <1>.

Após algumas pesquisas me deparei com varios artigos explicando o processo de configuração da estação através do tomsrtbt (uma distribuição linux que funciona a partir de um disquete!) mas, após seguir todos os passos, não consegui dar boot nas estações. Então encontrei uma modificação feita no tomsrtbt que permite configurar a estação com um único comando! Segue abaixo o passo-a-passo.

  1. Baixe a modificação do Tomsrtbt em <2>

  2. Descompacte o arquivo, entre no diretorio gerado e insira um disquete novo no drive.

  3. Execute o script de instalação: ./install.sh
Após alguns minutos será gerado um disquete de boot, onde você deve inicializar a estação com este disquete. Após o sistema carregar, basta digitar: ./ltsp.sh /dev/hda1 (utilize fdisk -l para descobrir a partição primária).

4 - Reinicie a máquina, você deverá ter uma opção do LILO chamada LTSP. Basta a utilizar e a estação vai iniciar o processo de boot pela rede.

Obs.: Essa solução usa um driver (etherboot) genérico que suporta diversas placas, mas vale ressaltar que podem existir problemas com algumas placas de redes não suportadas por este driver genérico, neste caso, você precisa baixar o driver correspondente a sua placa de rede em <3> e gerar novamente o disquete de boot.

Até a próxima!

Referências
  • http://www.guiadohardware.net/guias/17/
  • ftp://ftp.wizzy.com/pub/wizzy/wizzy-tomsrtbt-2.0.105.tar.gz
  • http://www.rom-o-matic.net
  • http://gufsc.das.ufsc.br/tiki-index.php?page=BootHDLTSP

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23 agosto 2007

Por que usar a plataforma Livre ?

Luiziane - Prefeita de Fortaleza utilizando GNU Linux em seu desktop

Imaginemos o seguinte padrão: Softwares são programados através de uma linguagem. O que é Linguagem? É um conjunto de códigos que funciona como Meio de Comunicação, seja ele entre Humano / Humano ou Humano / Máquina por exemplo.

Então imaginemos que a língua portuguesa é como um Software, e precisamos dela para nos comunicar com outras pessoas, correto? Agora imagine você se os códigos da língua portuguesa fossem patenteados por alguém ou mesmo fechados. Além de você não ter livre acesso aos vários códigos que formam a língua portuguesa você ainda teria de pagar para quem a patenteou. Sim, você teria que pagar para falar!

O que isto tudo importa para a informática? Bom, infelizmente a maioria dos softwares ou programas de computador vem enfrentando esta mesma situação no Brasil, pois é através do software que eu consigo me comunicar com meu computador, e a maioria das pessoas ainda tem de pagar para falar com seu computador. O mais absurdo é que o pagamento recolhido sequer fica no Brasil, pois é entregue para uma empresa no exterior que monopoliza o mercado. O Brasil paga cerca de R$ 1.000.000.000,00 (1 bilhão) por ano em troca desses softwares.

Num sistema fechado, também não conseguimos desenvolver nossa própria autonomia tecnológica, pois não temos como estudar o seu código e não temos segurança de acesso e envio de informações em nossas próprias máquinas. Quem garante que naquele software fechado instalado em minha máquina não há junto um programa espião vasculhando minhas contas e arquivos pessoais?

No software livre você não tem obrigatoriedade de pagar nada a ninguém, desenvolvido por milhares de programadores ao redor do mundo, voluntários ou não, que compartilham seus códigos com o mundo, no software livre você usa produtos testados por milhares de pessoas que entendem do assunto e que procuraram de todas as formas possíveis, brechas, falhas, bugs e você mesmo pode ajudar nisso, você como usuário é parte importante da comunidade do software livre, sugerindo, reportando alguma falha, opinando, discutindo, ensinando e aprendendo, ou seja, o software livre vai além do uso da ferramenta, ele vai à democratização do conhecimento.

Principais vantagens da utilização de Software Livre:

* Segurança (praticamente isento de vírus, você **sabe** o que está instalando em sua máquina, pois seu código é aberto)

* Economia (você pode baixar ele sem custo da internet, tanto o software quanto a sua documentação de uso)

* Alternativa à pirataria (você não corre riscos ao ser surpreendido por fiscais cobrando por licenças)

* Engajamento (você estará utilizando uma solução mais viável para um país em desenvolvimento como o Brasil)

* Autonomia (você tem liberdade para fazer o que quiser com este software desde que siga as 4 liberdades básicas a ele atribuídas)

** As 4 liberdades foram citadas no último post: "De onde vem o conceito de Software Livre".

SOFTWARE LIVRE! Socialmente Justo...Economicamente Viável...Tecnologicamente Sustentável.


Marcelo Cavalcante Rocha / Kalib

09 agosto 2007

De onde vem o conceito de Software Livre ?


Diante de nossa atual situação tecnológica seria impossível falarmos de GNU Linux sem antes entendermos o que é Software Livre ou de onde surgiu essa filosofia.

Durante muito tempo a tecnologia vem se desenvolvendo e tornando-se cada vez mais necessária para os dias atuais. Para tal evolução, pessoas do mundo inteiro, chamadas programadores, contribuíram de forma significativa criando programas ou softwares para customizar o funcionamento dos computadores. Em boa parte desta evolução, ao precisar de algo que outro já criou, o programador receberia prontamente deste outro para assim poder fazer suas devidas mudanças ou mesmo aperfeiçoamentos poupando-lhe esforço e tempo. O autor original como agradecimento recebia seu programa melhorado. Porque refazer o que já foi feito antes?

Desta forma se dava a troca de informações e conhecimento entre a comunidade como um todo até que uma outra idéia surgiu: Fechar o código fonte e ganhar dinheiro em cima disso.

Foi nesta época que o conhecimento passou a deixar de ser livre passando a ter um dono e uma patente em cima do mesmo. Sendo vendido em caixas com a permissão para instalação em apenas uma máquina limitando-se ao uso técnico sem poder estudar aquela tecnologia a fundo ou repassar para outros interessados. Aí mostrava-se o limite da tecnologia como uma linha que não se podia ultrapassar, já que você não mais poderia aperfeiçoar um software adaptando-o às suas necessidades por não mais ter acesso ao código fonte do mesmo. O conhecimento passou a ser então manipulado e controlado criando uma enorme dependência tecnológica.

Em meados de 1983-1984 o programador americano Richard Stallman percebeu que o senso de união e integração estava perdendo espaço para um senso de egoísmo e monopólio passando assim a iniciar um movimento ativista criando assim o Projeto GNU em 1985 defendendo a idéia do Software Livre. Por que refazer todo um programa quando você tinha programas parecidos com o que você queria desenvolver? Por que não ajudar em um programa que você achava que estava rodando lento e que possivelmente saberia como deixa-lo mais rápido contribuindo assim para o seu código fonte? Essas perguntas não faziam sentido para o Richard, e por essas e outras ele começou este projeto, que de tão óbvio que era, rapidamente caiu na simpatia de toda a comunidade. A partir daí milhares de pessoas espalhadas pelo mundo inteiro uniram-se a ele nessa luta de forma a mostrar ao mundo que o compartilhamento da informação é fundamental para o desenvolvimento assim como a união e a solidariedade. Para tal filosofia foram criadas algumas regras que na verdade são liberdades. Não poderia ser diferente tratando-se de Software LIVRE. São as 4 liberdades do Software Livre listadas abaixo:

* Liberdade de executar o programa, da forma como quiser.
* Liberdade de estudar o funcionamento do programa podendo inclusive modificá-lo de acordo com sua necessidade.
* Liberdade de redistribuir cópias do programa livremente.
* Liberdade de melhorar o programa e tornar estas melhorias públicas de forma a beneficiar o próximo.

O projeto GNU não é somente desenvolvimento e distribuição de alguns softwares livres úteis. O coração do projeto GNU é uma idéia: que software deve ser livre
, e que a liberdade do usuário vale a pena ser defendida. Se as pessoas têm liberdade mas não a apreciam conscientemente, não irão mantê-la por muito tempo. Se queremos que a liberdade dure, precisamos chamar a atenção das pessoas para a liberdade que elas têm em programas livres.

Com o passar dos anos, e baseado nessa filosofia do Software Livre, surgiu então o sistema operacional que hoje chamamos de GNU / Linux.

.::Kalib / Marcelo Cavalcante Rocha